Domingo, 03 de Junho de 2012
Ainda não me sinto a vontade fazendo
isso.
Essa coisa de escrever o que eu penso
em um caderno.
Eu leio as páginas anteriores e não
entendo o que eu queria dizer, são lembranças vagas.
Não sei quem era aquela garota.
Stacy... As pessoas me chamam assim,
mas pra mim tanto faz. Nomes não importam.
Só estou tentando escrever porque não
tenho nada para fazer nas próximas horas, trancada nessa cela.
Eu moro em uma cela.
O Caçador disse que eu posso sair
assim que aprender a me controlar melhor.
Todo mundo tem medo de mim. Eu já matei
três caçadores na mordida em algumas escapadas.
Mas agora não faço mais isso, ou nunca
vou poder sair.
O líder, o Caçador, é o único que não
tem medo de mim. Ele e uma garota de cabelo escuro e olhos verdes. Ele sempre
vem me ver e pergunta como eu estou. Às vezes até entra na cela para conversar
comigo.
Eu prendo a respiração e uso todas as
minhas forças para não rasgar sua garganta, respondo suas perguntas, mas isso
não é o suficiente para ele.
Ele sempre tenta se aproximar.
Eu até sei por quê.
É que antes, quando eu era... Daquele
jeito, eu amava o Caçador. O chamava
de Ross, e sentia uma inexplicável necessidade de estar com ele, tocá-lo...
Isso é ridículo.
Preciso me esforçar muito para não matá-lo. Como alguém pode amar uma fonte
de sangue quente? Um pedaço de carne?
É isso o que eu vejo quando olho pra
ele.
Mesmo assim, todos dizem que estou
mais “racional”. Ora, não há nada de errado com o meu raciocínio. Talvez
houvesse antes, quando eu escrevia
aquelas coisas. Agora aprendi a ser uma sobrevivente.
Acho os humanos todos iguais.
Mas tem alguns em especial, que vêm me
aborrecer sempre.
Tem a menina de olhos verdes que
sempre chora quando me vê. Ela e um cara grandão têm um cheiro diferente.
Selvagem, de floresta.
E também um casal. Ela, humana, ele,
vampiro (mas não do mesmo tipo que eu). Eles dizem que são meus pais. Não me importa. Não me lembro
deles direito, nem seus nomes.
Agora também me lembro de uma mulher.
Acho que o nome dela é Doutora. Ela me
visita quase todos os dias, tira amostras do meu sangue, diz quanto sangue
devem me dar, e ela e o Caçador ficam conversando um tempão sobre mim.
Isso me irrita, e eu acabo me
trancando no banheiro da cela, onde eu vou às vezes para encher a banheira de
água quente e me distrair um pouco. A única coisa que eu quero é sair daqui.
Agora está quase amanhecendo, então
vou me deitar. Aqui não entra sol (se entrasse eu morreria, o sol é horrível,
não sei como já pude suportá-lo), mas toda vez que o dia começa eu preciso me
encolher e esperar pela noite.
Eu não durmo mais, mas me escondo por
instinto.
Na minha cela tem uma cama, um
guarda-roupa e outras coisas. Tem também uma caixa de ruídos horrível que
chamam de TV. Querem que eu me sinta em
casa.
Mas eu não tenho casa.
Minha vida é lá fora, bebendo sangue
pelas noites. E só.
Agora vou deitar debaixo da cama, e
ficar observando uma aranha que está tecendo uma teia entre a perna da cama e a
parede, avançando noite após noite.
Fico deitada no chão frio de pedra,
pensando em como seria bom estar livre, respirar o ar noturno e caçar.
Porque eles me prendem?
Porque não me deixam em paz?
Eu odeio
todos os caçadores.
Sempre vou odiar!
CONTINUA
Ameiiiii
ResponderExcluirmas estou com pena da Stacy, quero muuuito saber o que vai ser feito a respeito dela.
Não demore a postar o próximo capitulo em
beijinhos
Gostei muitooo! estava tão ansiosa para essa temporada. quero muito ler o próximo capitulo.
ResponderExcluirTipo assim... AMEI!!!!!
ResponderExcluirTava esperando por essa temporada desde que começou a Infernal, diga-se de passagem que é um concorrente fortíssimo com o Bad Girl, curiosa pra saber o que aontecia com a Stacy.
Aaah, posta + capítulos...
De uma fã sua, também escritora, Pamela =)
Obrigada a todos!
ResponderExcluirMinha vida está meio corrida,mas assim que possível irei postar o próximo capítulo!
Beijos!